Justiça suspende serviço de vans em São Gonçalo

01-10-2011 01:41

Justiça suspende serviço de vans em São Gonçalo

Publicada em 27/09/2011 às 22h42m

O Globo (granderio@oglobo.com.br)
    RIO - Por decisão da Justiça, todas as vans de linhas municipais em São Gonçalo estão desde esta terça-feira proibidas de circular. O serviço foi suspenso por ordem do desembargador Guaraci Viana, da 19ª Câmara Cível, que, com uma canetada, cassou todas as liminares que permitiam a atividade. No município há cerca de 400 vans de linhas municipais. Todas circulavam amparadas por liminares.

O serviço é controlado por cooperativas, grande parte delas, segundo o Departamento de Transportes Rodoviários (Detro), comandada por milicianos. A máfia das vans é acusada de mais de cem homicídios nos últimos anos na cidade. Rogério Onofre, presidente do Detro, que semanalmente realiza operações no município, disse esperar agora que a Justiça tome a mesma decisão em relação à Cooperativa Santa Isabel, que opera uma linha intermunicipal - ligando o Rio a São Gonçalo - amparada por uma liminar.

- Essa cooperativa é a única que funciona com liminar depois que o Detro fez a licitação das vans intermunicipais - disse Onofre.

A máfia das vans em São Gonçalo era um dos alvos da juíza Patrícia Acioli, assassinada em 11 de agosto. Uma semana após a execução da magistrada, o Detro mobilizou cem fiscais numa operação em São Gonçalo, Niterói e Maricá, retirando das ruas 21 vans e Kombis que circulavam irregularmente. Nos três municípios, a atividade reúne cerca de 1.400 veículos piratas. O faturamento mensal é estimado em R$ 10 milhões.

O diretor técnico-operacional do Detro, Alcino Carvalho, disse que a quadrilha já o ameaçou, além de fiscais e o próprio presidente do órgão. Segundo Alcino, o temor de represálias já levou 80 dos 120 servidores concursados do órgão a deixarem o trabalho.

Onofre criticou alguns integrantes do Judiciário que, segundo ele, permitem que criminosos atuem livremente, amparados por medidas judiciais que impedem a apreensão de veículos piratas. Ele citou o caso da Cooperativa Santa Isabel.

Máfia das vans tramava morte da juíza em 2009

A cooperativa seria dominada pelo ex-vereador Edson da Silva Mota, condenado a dez anos e nove meses de prisão em dois processos por formação de quadrilha, coação de testemunha e porte de artefato explosivo. Mota da Copasa, como é conhecido, e os filhos André da Silva Mota e Edson de Abreu Mota (que é PM) são acusados de uma série de crimes. Mota e André seriam levados a júri popular pela juíza Patrícia Acioli, em fevereiro de 2012. Ambos são acusados de envolvimento na morte de Luiz Cláudio de Souza Moreira.

Em 2009, a juíza Patrícia Acioli foi informada pela Polícia Federal de que integrantes da máfia das vans de São Gonçalo estariam tramando sua morte e as de seus familiares. O plano foi descoberto por meio de interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça.



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